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O impacto das perseguições veladas na saúde emocional

Atualizado: 12 de jun.

As perseguições veladas — aquelas que não se manifestam abertamente, mas que se escondem em olhares julgadores, comentários maliciosos, exclusões sutis e atitudes manipuladoras — representam uma forma silenciosa, porém devastadora, de violência emocional. Seja no ambiente profissional, familiar ou social, esses comportamentos partem muitas vezes de quem ocupa posições de poder, sejam hierárquicas ou afetivas, e têm como objetivo constranger, controlar ou reprimir ações e sentimentos de terceiros.


No trabalho, essa perseguição pode se expressar na desvalorização contínua do esforço de um colaborador, na omissão de oportunidades, ou até mesmo na criação de um clima de constante insegurança. Em casa, pode se materializar em chantagens emocionais, controle excessivo e ausência de escuta respeitosa. Nos círculos sociais, aparece por meio da exclusão disfarçada, da crítica constante sob o pretexto de “ajuda” ou da invalidação de emoções. O mais doloroso é que, por serem dissimuladas, essas atitudes muitas vezes passam despercebidas por quem está ao redor, o que intensifica o sofrimento de quem as vivencia.


Pessoas que já enfrentam situações de fragilidade emocional — como luto, depressão, ansiedade, estresse crônico ou crises existenciais — tornam-se alvos ainda mais vulneráveis diante dessas dinâmicas. O impacto pode ser profundo: autoestima comprometida, sensação de isolamento, perda de confiança, medo de se expressar e até o agravamento de quadros psicoemocionais. Quando não se sente amparada, ou quando suas dores são ignoradas ou silenciadas, a pessoa se retrai, carregando uma angústia que pode se transformar em sofrimento psicológico de difícil reparação.


É urgente reconhecer que o uso do poder — seja ele institucional, emocional ou social — deve estar sempre a serviço do cuidado, do respeito mútuo e da construção de relações saudáveis. Agir com empatia, escutar sem julgar, valorizar a diversidade de pensamentos e permitir que o outro seja quem é sem medo de retaliação, são formas de romper com essas estruturas tóxicas.


Toda forma de violência emocional, mesmo a que não deixa marcas visíveis, deixa cicatrizes profundas. E, por isso, é dever de todos — como indivíduos e como sociedade — cultivar ambientes em que a dignidade humana seja respeitada e em que ninguém precise caminhar sozinho sob o peso do constrangimento e da perseguição silenciosa.

 
 

O apoio emocional pode transformar silenciosamente a vida de alguém — às vezes, tudo o que a pessoa precisa é saber que não está sozinha. Doe seu tempo, seus ouvidos e diga a alguém: “Você pode contar comigo.”

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